EUCARISTIA: “EIS O SACRAMENTO DA FÉ”

ícone da instituição da eucaristia, celebração de quinta feira santa

QUINTA-FEIRA SANTA

 Na Eucaristia celebramos a nossa fé: “Todas as vezes, de fato, que comerdes deste pão e beberdes deste cálice, estareis proclamando a morte do Senhor, até que ele venha” (1Cor 11,26). Na Eucaristia a Igreja celebra o “mistério da fé”, ou seja, a eficácia salvadora da morte e ressurreição de Cristo. A Eucaristia não é uma simples recordação ou lembrança de um acontecimento do passado que não tem a ver conosco. A Eucaristia é verdadeira atualização no hoje da nossa história, da salvação, da reconciliação que Cristo nos ofereceu. Porém, na Eucaristia, não assistimos a um rito morto, sem vida; nela se gera a salvação do mundo, nela o amor que se fez entrega até a morte, nos oferece mais uma vez a sua força salvadora e redentora. Dizer: “Eis o sacramento da fé” e dizer “eis a salvação; eis a força salvadora do amor; eis a graça redentora da cruz; eis o poder libertador da ressurreição; eis Cristo entre nós agindo, nos salvando”. Na Eucaristia aceitamos a oferta de Jesus “Isto é meu corpo que é dado por vós” (1Cor 11,24b). Sim por nós, por ti, por todos os homens e mulheres necessitados de liberdade, de amor, de paz, de perdão, de reconciliação, de saúde, de serenidade, de justiça. Não vamos a ouvir missa, a assistir missa, não. Vamos para celebrar o mistério de nossa fé, a realidade sempre presente da nossa salvação… “Fazei isto em memória de mim” (1Cor 11,24b).

 Na Eucaristia nos alimentamos de Cristo: O pão é para ser comido e o vinho para ser bebido. Na Eucaristia aceitamos o convite a participar do banquete de Cristo “Tomai e comei, isto é meu corpo” … “Bebei dele todo, pois isto é meu sangue” (Cfr. Mt 2626-27). O pão e o vinho nos põem no contexto de uma comida. Convida-se à mesa a quem se ama, àquele com quem se partilha a vida, as ideias, os projetos; comendo na mesma mesa e o mesmo alimento, se faz experiência de comunhão, se une com quem se come. Cristo nos convida à sua mesa porque nos ama, nos aceita, nos conhece, porque quer partilhar conosco o amor e a misericórdia do Pai. Mas não só nos convida à sua mesa, Ele ficou entre nós como pão e vinho para dizer-nos que ele entregou tudo de si para nos salvar. Pão é sinal da vida entregue, partida, doada, das lutas e compromissos de cada dia; o vinho é sinal do sangue, elemento mais íntimo e sagrado da vida. Assim, o pão e o vinho, sinais sacramentais de Cristo, nos tornam presente à totalidade da vida de Jesus para nos salvar. E, sendo alimento, nós nos transformamos em Cristo. Ele é parte da nossa vida, da nossa realidade pessoal, das nossas atitudes mais íntimas: “Eu sou o pão da vida. Este pão é o que desce do céu para que não pereça quem dele comer. Eu sou o pão vivo descido do céu. Quem comer deste pão viverá eternamente. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia. Pois minha carne é verdadeiramente uma comida e o meu sangue é verdadeiramente uma bebida. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele… aquele que de mim se alimenta viverá por mim… quem come deste pão viverá eternamente” (cfr. Jo 6,48-58). Alimentemo-nos deste pão para termos vida em abundância, vida de qualidade, vida abraçada, atingida, inundada pelo amor daquele que se entregou por nós.

 Na Eucaristia somos convidados a sermos para os outros. São Paulo denuncia à comunidade de Corinto o fato de celebrar a ceia do Senhor esquecendo os mais pobres, fracos e marginalizados. Tem sentido celebrar a entrega total de Cristo na Eucaristia, quando aqueles que a celebram são incapazes de serem para os outros, pão partido, comunidade fraterna e solidária?

 Aceitemos o desafio de Jesus: “Dai-lhes vós mesmos de comer” (Lc 9,13), e ponhamos como fruto da celebração eucarística o que somos e temos para criar verdadeira comunhão, fraternidade, para sermos sacramento, sinal na história do Senhor ressuscitado, Senhor da vida. “O mistério da Eucaristia habilita-nos e impele-nos a um compromisso corajoso nas estruturas deste mundo… fazer tudo o que for possível para que cesse o escândalo da injustiça, da fome, da indiferença, do mal” (Cfr. Sacramentum Caritatis, 91).

Eucaristia: Mistério de nossa fé; Alimento de vida; Sacramento de Comunhão. “Senhor Jesus, Tu és o Caminho; Tu és a Verdade; Tu és a Vida. Fica conosco, Senhor”. “Ó banquete tão sagrado, em que Cristo é alimento; A memória é celebrada de seu santo sofrimento; Nossa mente se enriquece com a graça em seu fulgor; Da futura glória eterna nos é dado o penhor”.

JUAN DIEGO ARISTIZÁBAL, PSS Sacerdote da Companhia dos Padres de São Sulpício (Sulpicianos). Bacharel em Filosofia e Teólogo pela Universidade Pontifícia Bolivariana, Medellín. Mestre em Teologia Dogmática com ênfase em Antropologia teológica pela Universidade Pontifícia Gregoriana. Doutorando em teologia dogmática pela Pontifícia Universidade Gregoriana, Roma.

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