NÃO SABEIS QUAL SERÁ O DIA NEM A HORA.

Padre Juan Diego comentando o Evangelho

     Gostaria de, brevemente, deter-me nesta expressão do Evangelho: “Portanto, ficai vigiando, pois não sabeis qual será o dia nem a hora” (v. 13). Como viver o momento presente? À espera do Senhor (o noivo)?

     1. Com que atitude viver a nossa vida? A Vigilância: “Ficai vigiando”.

     O Evangelho expressa a atitude de disponibilidade, prontidão e a capacidade de resposta perante o inesperado: “As previdentes levaram vasilhas com óleo junto com as lâmpadas” (v.4). O cristão não dorme, quer dizer, está sempre atento para compreender os sinais de Deus na sua vida e para reconhecer em que momento e em que situações deve agir segundo o querer de Deus. Poderíamos dizer que o cristão é o homem e a mulher de “olhos abertos e coração disponível”. O cristão não se deixa distrair por coisas superficiais.

     2. Quando assumir esta atitude de vigilância? Sempre: “Pois não sabeis qual será o dia nem a hora” (v.14).

     Pensar na vida eterna, não nos aparta do momento presente, aliás, ajuda-nos a viver o momento presente com uma atitude diferente. Nós vivemos segundo aquilo que esperamos. Quem entende que a última palavra é a morte, o mal, a injustiça, etc., vive sem esperança. Quem entende que o Amor é o definitivo, então assume uma atitude diferente na história e na vida quotidiana. Mesmo que soubéssemos o “dia ou a hora”. Cada momento da nossa vida, aliás, “agora”, “já” é o último momento, porque não se repete. Não esperemos estarmos idosos ou moribundos para estar de “olhos abertos e coração disponível”. É agora, já, sempre!

     3. Por que estar vigilantes sempre? Porque “O noivo está chegando. Ide ao seu encontro!” (v. 7).

     Muitos irresponsavelmente querem fazer-nos voltar a Deus através do medo e do terror. Muitos esperam um carrasco e, então, a espera se transforma em angústia e dor. Muitos se aproximam de Deus com angústia, pois não lhe conhecem. O noivo é a figura daquele que está pronto para dar o seu “sim” de amor definitivo à sua noiva, e por isso se faz festa. A disponibilidade e atenção das jovens “previdentes” se transformam em convívio gozoso e partilha festiva (“entraram com ele para a festa do casamento” v.10). Contudo, existe um limite, aquele da responsabilidade e resposta pessoal: “É melhor irdes comprar aos vendedores… E a porta se fechou” (Cfr. v.9.10).

   Ser previdente é assumir com responsabilidade (atenção, cuidado, perseverança, esforço…) a própria vida e não esperar que outros a assumam por mim. No Evangelho todas as dez virgens têm as mesmas possibilidades, mas só cinco são “previdentes” (Cfr. Prov 31, 10-31), ou seja, assumem como própria (não delegável) a tarefa de viver. Fiquemos, pois, sempre de “olhos abertos e coração disponível” à espera do Noivo que chega para oferecer-nos o maior serviço: sermos amados eternamente por Ele. Vivamos segundo aquilo que esperamos: como sinais do amor no mundo.

JUAN DIEGO ARISTIZÁBAL, PSS Sacerdote da Companhia dos Padres de São Sulpício (Sulpicianos). Bacharel em Filosofia e Teólogo pela Universidade Pontifícia Bolivariana, Medellín. Mestre em Teologia Dogmática com ênfase em Antropologia teológica pela Universidade Pontifícia Gregoriana. Doutorando em teologia dogmática pela Pontifícia Universidade Gregoriana, Roma.

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