NÃO EXISTE CRUZ SEM GLÓRIA, NEM MORTE SEM RESSURREIÇÃO

Padre Juan Diego comentando o Evangelho

Tanto Jesus como aqueles que lhe seguem devem assumir a cruz (cfr. Mt16,24). Isto, logicamente, desconforta os seus discípulos. Como é possível que o mestre tenha que ser entregue, sofrer e morrer? O Evangelho de hoje é a resposta. Com a transfiguração, Jesus manifesta a sua Glória “para tirar do coração dos discípulos o escândalo da cruz” (Prefácio – Brasil), mostrando-lhes que se bem Ele vai morrer, a morte não será o definitivo: “A sua paixão lhe conduzirá à glória da ressurreição” (Prefácio – Canadá). Não existe cruz sem glória, nem morte sem ressurreição. Mas também, não existe glória sem cruz, nem ressurreição sem morte.

1. “Esta graça foi revelada agora, pela manifestação de nosso Salvador” (2Tim1,10): O sol e a luz são sinais da presença divina: “As suas vestes tornaram-se resplandecentes, de tal brancura que nenhum lavadeiro sobre a terra as poderia assim branquear” (v.3). Jesus é Deus no meio de nós. Somos convidados a lhe enxergar e reconhecer n’Ele a nossa vida. Ele é o cumprimento das promessas de Deus (Moisés, a Lei e Elias, os Profetas… [cfr. v.4]).

2. “Mestre, como é bom estarmos aqui!” (v.5). Compreende-se bem a reação de Pedro, que se deixa levar pela emoção do momento. Mas o compromisso é maior: “Este é o meu Filho muito amado: Escutai-o!” (v.7). A fé em Jesus Cristo vai além do sentimento e da emoção, esta é, sobretudo, “escuta”. Deixar que a sua vida passe não só pelos nossos olhos e ouvidos, senão sobretudo, pelo nosso coração para nos transformar.

3. “Até que o Filho do homem tenha ressuscitado dos mortos” (v.9). É preciso passar pela cruz para compreender a sua glória. Ficar na montanha era renunciar a entregar a vida. Se a vida não se entrega permanece infecunda. A verdadeira transfiguração, que será a ressurreição, passa pela entrega total. Assim, o caminho da Quaresma que temos iniciado é um tempo para nos “transfigurar”, ou seja, para sermos com Cristo reflexo do amor de Deus no meio da nossa vida. Mas para poder “ser resplendor” é preciso “sair”, “deixar” e “ir” como o fez Abrão (cfr. Gn12,1). Ou seja, renunciar a tudo aquilo que nos impede de abrir o coração ao amor de Jesus Cristo e, pela sua graça, sermos livres para ir ao encontro do outro, sobretudo daqueles cuja vida só conhece a escuridão, porque desconhecem o amor.

Esta Quaresma seja um caminho de “Transfiguração” a fim de que a luz do seu amor e a sua misericórdia brilhe através de nós.

JUAN DIEGO ARISTIZÁBAL, PSS Sacerdote da Companhia dos Padres de São Sulpício (Sulpicianos). Bacharel em Filosofia e Teólogo pela Universidade Pontifícia Bolivariana, Medellín. Mestre em Teologia Dogmática com ênfase em Antropologia teológica pela Universidade Pontifícia Gregoriana. Doutorando em teologia dogmática pela Pontifícia Universidade Gregoriana, Roma

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