EVANGELHO DE MARCOS 1,7-11
A celebração da Festa do Batismo do Senhor conclui o ciclo do natal. O batismo praticado por João era um sinal (ato, gesto) que convidava ao arrependimento e à conversão dos pecados. Jesus se faz batizar, não porque Ele fosse pecador, mas como um ato de humildade e solidariedade que mostra a sua vinculação com o povo a quem Ele salvará do pecado. (Cfr. 2 Cor 5,21 e o Catecismo 535-536).
1. Quem é Jesus? “Tu és o meu filho amado; em ti ponho meu bem-querer” v.11. (Expressão retirada de dois textos do AT: Salmo 2,7 e Isaias 42,1 -1 leitura de hoje). O Batismo de Jesus nos revela a sua identidade. Assim, Ele é o Messias que salva os homens através da sua vida entregue (“partida”). Aquele sem pecado se aproxima de nós, pecadores, para anunciar-nos que o pecado é por Ele vencido. Que a nossa vocação não é mais o pecado, mas a redenção, a vida nova, a vida no amor.
2. Quem é Jesus para nós? “viu o céu se abrindo” v.10. Com a expressão contrária “o céu fechado” expressava-se a ausência de comunicação mais direta entre Deus e os homens, a ausência de verdadeiros profetas. Assim, “o céu se abriu” expressa que enfim Deus tem reestabelecido à comunicação (Cfr. Ezequiel 1,1). Em Jesus, O Pai se fez próximo a nós. Jesus é o “Deus-conosco” (Mateus 1,23). O nosso Deus não é um Deus escondido ou desconhecido, e tudo o que Ele tem para nos revelar, o seu amor, o achamos no seu Filho Jesus Cristo, n’Ele o céu ficou aberto para nós, o Amor é possível no coração dos homens.
3. Quem somos nós? Jesus nos revela O Pai, mas também nos revela o que nós somos: Amados pelo Pai no seu Filho (eu digo sempre: “Amados pelo Amor”). E reconhecemos este amor de Deus por nós na sua total entrega até a morte que nos libertou do pecado (o desamor) e a sua ressurreição (que é o triunfo definitivo do Amor). Assim, o nosso batismo não é outra coisa, senão sermos inseridos (pelo sinal da água) neste mistério do Amor (Pai, Filho e Espírito Santo). No dia do nosso Batismo fomos inseridos no amor eterno de Deus e Ele nos disse com nome próprio “Eu te amo com amor eterno. Tu és meu filho/filha”.
Algumas orientações práticas:
– Batizar-nos na mesma idade de Jesus? O Batismo que Jesus recebeu (o de João) não é o mesmo Batismo cristão, que é um sacramento para o “perdão dos pecados”. O nosso Batismo não é o mesmo de João.
– Os pais oferecem aos seus filhos tudo o que eles consideram importante para o seu bom desenvolvimento. Assim, não só oferecem pão, vestido, educação…, também oferecem o dom da fé. Nenhum pai ou mãe pergunta ao seu bebê se quer comer ou vestir-se, simplesmente lhe oferecem o melhor. Deveriam perguntar-lhe se quer ser inserido no amor de Deus pelo Batismo? Diferente é que a pessoa, já adulta, faça uma opção contrária ao batismo. Sendo que os pais devem ser sempre testemunhas da fé.