O Evangelho de hoje nos transmite a maior realidade da nossa experiência cristã: “Realmente o Senhor ressuscitou! Sou eu mesmo!” (v.33.39) . A ressurreição de Cristo é sempre viva e atuante na nossa vida. Recebamos com coração aberto esta boa notícia a fim que experimentemos a alegria de nos encontrar com o Senhor ressuscitado.
1. Da cegueira à visão: “Jesus abriu a inteligência dos discípulos” (v.45). Os discípulos percorrem um caminho como cegos e são incapazes de reconhecer o Senhor ressuscitado. Mas, depois de partilharem com Ele entram na experiência da luz, da visão. A vida sem a luz do ressuscitado é um mundo de escuridão e angustia. Se a morte permanece como a palavra definitiva a vida é frustração.
2. Da tristeza à alegria: “Eles ficaram assustados e cheios de medo” (v.37). Os discípulos não tinham compreendido ainda o sentido da morte do Senhor; parece que esta tinha frustrado todas as suas expectativas. Mas Jesus no meio deles enche os seus corações: “estavam muito alegres e surpresos” (v.41). Eles compreendem que não há ressurreição sem morte, que o amor não vence se não passa pela entrega e doação total. E um gesto vai acompanhar este sentido da vida que só é fecunda quando se doa: “Deram-lhe um pedaço de peixe assado. Ele o tomou e comeu diante deles.” (v.42-43). A vida de Jesus é pão partido que se distribui para saciar: “como tinham reconhecido Jesus ao partir o pão” (v.35). A tristeza é fruto da ausência do amor, a alegria brota de saber que o Amor se entregou por nós para que tenhamos vida.
3. Do silencio ao testemunho: “Vós sereis testemunhas de tudo isso” (v.48) Seja este o nosso compromisso, a nossa tarefa. Na caminhada da vida às vezes experimentamos a incerteza da noite, é preciso reconhecer que o Amor está vivo. O Senhor ressuscitado está sempre ai, nas nossas alegrias e gozos, nas nossas angustias e tristezas, nas nossas noites e dias. Ele caminha conosco para nos sustentar, animar e encorajar. Que saibamos lhe reconhecer para que o nosso coração arda e saibamos multiplicar esta alegria, luz e gozo no coração dos nossos irmãos: “Então os dois contaram o que tinha acontecido no caminho” (v.35). Com um fantasma impera a escuridão, a tristeza e o medo. Com o Ressuscitado reina a luz, a alegria e a força. Não cremos em um fantasma, mas no Ressuscitado.