“AMOU-ME E ENTREGOU-SE POR MIM”

icone de Jesus Crucificado com pessoas ao lado da cruz

O que dizer perante o Senhor morto? Qual deveria ser o sentimento que acompanha a caminhada deste dia desde a via sacra até a procissão do Senhor morto? A resposta é simples, mas profunda: “Amou-me e entregou-se por mim”.

Sim, estamos perante a máxima expressão do amor “tanto amou Deus o mundo que nos entregou seu único filho, para que quem cresse nele tenha a vida eterna”. Jesus é o Amor feito homem, Ele é a boa noticia para todos os homens e mulheres que precisamos da experiência profunda de ser amados. Quem dentre nós poderia dizer que não precisa do amor? Quem dentre nós poderia negar que a maior frustração da existência humana é a ausência total do amor?

Fitemos o nosso olhar em Jesus, eis aí o amor. Eis aí a prova maior da paternidade do nosso Deus. E não é o amor entregue que desperta em nós sentimentos de tristeza pelo seu sofrimento. É o amor entregue que precisa ser aceito, acolhido. Que cada um de nós hoje possa repetir desde o mais profundo do seu coração: “Eu sou amado – Eu sou amada” e Ele, Jesus morto é o sinal deste amor.

Só o amor faz com que alguém se doe, se entregue, se sacrifique “não existe maior amor do que aquele que da a sua vida pelos seus amigos”. Hoje fazemos memorial do que se profetizou na última ceia e se cumpriu no calvário “tendo amado os seus que estavam no mundo amou-os até o extremo”. Assim, fitando o nosso olhar em Jesus podemos dizer “me amou até o extremo”. Existe maior amor do que este?

Que o homem não sofra mais pela falta do amor. O amor existe, é real, o amor é Cristo entregue na cruz por nós. E se alguém não conhece este amor hoje podemos dizer-lhe: Vinde, vede, Ele está aqui.

Mas Cristo entregue, crucificado, morto, e por nós. Ele é o servidor, e a sua última expressão do seu serviço de amor foi a sua morte na cruz. Então a resposta à pergunta inicial de qual deveria ser o sentimento que acompanha este dia, não é outra que a aceitação do que Cristo me oferece com a sua morte. “Ele morreu pelos nossos pecados”.

Só aceitando Cristo podemos viver a libertação das nossas escravidões, não somos mais servos, mas filhos, com uma relação não de temor, mas de amor com o Pai; não estamos mais submetidos ao domínio dos vícios e escravidões, pois reconhecemos que temos dignidade; nele o pecado não tem a última palavra sobre nós, sua morte tem o valor de atingir tudo àquilo que atrapalha a nossa caminhada. Ele nos liberta da angústia de ter que carregar com o peso do nosso passado e com a culpa dos nossos pecados: “ele foi ferido por causa de nossos pecados… as suas feridas era o preço da nossa cura”.

Irmão, irmã coloca na presença de Jesus os teus pecados, as tuas escravidões, as tuas doenças, as tuas preocupações, as trevas do teu coração, a sede de amor, as feridas do teu passado. Ele morreu “por ti”, as suas feridas curam as tuas, o seu amor perdoa os teus pecados e a sua misericórdia sara as tuas culpas. Levanta a cabeça! A sua morte valeu a nossa libertação.

Cristo morto reúne em si o sofrimento de muitos homens e mulheres, a sua morte denuncia a morte de tantos inocentes; a sua morte grita o escândalo da indiferença; a sua morte é o sinal do sofrimento de Deus perante o sofrimento dos seus filhos; a sua morte diz a inconformidade com aqueles que pelas suas ações e atitudes fazem sofrer o povo de Deus; a sua morte é o juízo contra todo tipo de violência, destruição, irresponsabilidade social.

Irmãos, “temos um sumo sacerdote capaz de se compadecer de nossas fraquezas, pois ele mesmo foi provado em tudo como nós”, padeceu uma morte como a nossa.

 Agora, quando visitemos o túmulo do Senhor, o façamos em silêncio, meditando a beleza e a eficácia da morte de Jesus. Repetindo no nosso coração como São Paulo “Amou-me e entregou-se por mim”. Vamos lá para contemplar o amor que me é oferecido. Amor que liberta, amor que salva, amor que transforma, amor que sacia, amor. Mas também amor que desafia para viver a nossa vida como a dEle: amando e se entregando.

Sim, vamos ao túmulo cantando a nossa esperança. Pois o amor não morre. Esperando o anúncio gozoso dos anjos. Sim, Ele morreu, mas Ele vive. Desçamos juntamente com Jesus ao sepulcro, com o mais íntimo que há em nós para deixar no sepulcro tudo aquilo que é contrário ao amor. Desçamos com Jesus para que juntamente com ele possamos ressuscitar.

JUAN DIEGO ARISTIZÁBAL, PSS Sacerdote da Companhia dos Padres de São Sulpício (Sulpicianos). Bacharel em Filosofia e Teólogo pela Universidade Pontifícia Bolivariana, Medellín. Mestre em Teologia Dogmática com ênfase em Antropologia teológica pela Universidade Pontifícia Gregoriana. Doutorando em teologia dogmática pela Pontifícia Universidade Gregoriana, Roma.

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