JESUS É O EVANGELHO

Padre Juan Diego comentando o Evangelho

III DOMINGO COMUM – Lucas 1, 1-4; 4, 14-21

No início do Evangelho de Lucas podemos fazer algumas perguntas: Qual é o conteúdo deste Evangelho? Como foi escrito? Qual é a sua finalidade? A quem se dirige? Mais tarde, com a ação de Jesus na sinagoga, essas questões adquirem seu verdadeiro horizonte.

1. Jesus é o Evangelho: Os “fatos que aconteceram entre nós”, de que fala Lucas, referem-se às ações, palavras e vida de Jesus. O Evangelho não transmite uma ideia, um conteúdo morto. O Evangelho coloca-nos face a face com uma pessoa: Jesus Cristo. Ele é aquele em quem “é o Espírito do Senhor, o Ungido”, é o “sim” de Deus ao seu povo, é aquele em quem se evidencia a fidelidade de Deus que prometeu o Messias. E se o Messias está presente, a salvação é uma realidade. A palavra deixa de ser uma promessa para se tornar realidade.

2. O valioso é comunicado e transmitido com cuidado: hoje, podemos celebrar e alegrar-nos ouvindo o Evangelho; mas isto só é possível, porque alguém nos transmitiu. O Evangelho chegou até nós, graças a um processo providencialmente realizado por Deus: o fato histórico da existência de Jesus que teve testemunhas oculares; a transmissão oral e a pregação do que viram e ouviram; a escrita desta pregação. Esta pregação não é um processo artificial, mas respeitoso, da dinâmica humana da comunicação. Esta realidade desperta em nós, a tarefa de continuar a transmitir o que é belo e valioso para a Igreja, porque é o próprio coração da nossa fé: Jesus Cristo. Lucas, então, teve o cuidado de nos transmitir seu Evangelho. O que acreditamos não é fruto de um truque, não é um mito, não é uma ideologia. Recebemos de Lucas uma mensagem que é o resultado de um processo sério e cuidadoso: “Eu também, depois de verificar tudo exatamente desde o início, decidi escrever de modo ordenado”.

3. O que se transmite é sólido porque salva: O que o Evangelho transmite não é mera informação, é a solidez que comporta a vida que ele gera em quem o recebe: “para que conheças a solidez dos ensinamentos que recebeste.” A solidez não é apenas o processo diligente com o qual o Evangelho foi escrito, mas consiste no fato de que quem baseia sua existência cristã no que (em quem) transmite encontra vida. É a salvação que Jesus oferece. Ele foi ungido para uma missão: “Ele me enviou para anunciar o Evangelho aos pobres, proclamar liberdade aos cativos e vista aos cegos. Dar liberdade aos oprimidos; anunciar o ano de graça do Senhor”. A vida de Jesus pode ser sintetizada no “ser para”, tudo o que ele é e faz é gerar vida autêntica no ser humano. Ele é a presença de Deus entre nós, que transforma o ser humano em suas realidades mais profundas. Ele é esperança, liberdade, luz, a própria vida. Ele desvenda o mistério do homem amado por Deus e destrói toda a realidade que esconde e nega esse mistério.

4. Ao acolher o Evangelho, reconhecemo-nos amados por Deus. O Evangelho é dirigido a um personagem específico “Teófilo” que, mais do que marcar uma exclusividade, abre o horizonte do Evangelho para que todos os que o escutam e creem reconheçam em Jesus o concreto e a beleza do amor de Deus. Em Jesus, está presente o que foi anunciado em Isaías. Em Jesus, a salvação deixa de ser um passado ou um futuro, e se torna um presente, que nos fala do influxo permanente do amor de Deus na vida dos crentes. Por isso, o Evangelho permanece atual, não é uma peça de museu, não é uma narração corroída pelo pó. Cada vez que ouvimos o Evangelho, tornamos presente o único ato salvífico de Deus que permanece vivo e presente entre nós. Em Jesus, a promessa tornou-se presença e, a partir desse momento, cada vez que um ser humano se encontra e permanece com Ele, atualiza o mistério do amor de Deus. “Hoje se cumpriu esta escritura que acabas de ouvir”

Acolhamos o desafio de encontrar Jesus para reconhecer que somos amados por Deus; e transmitamos a alegria do Evangelho, para que muitos mais possam desvelar em si este mistério do Amor.

JUAN DIEGO ARISTIZÁBAL, PSS Sacerdote da Companhia dos Padres de São Sulpício (Sulpicianos). Bacharel em Filosofia e Teólogo pela Universidade Pontifícia Bolivariana, Medellín. Mestre em Teologia Dogmática com ênfase em Antropologia teológica pela Universidade Pontifícia Gregoriana. Doutorando em teologia dogmática pela Pontifícia Universidade Gregoriana, Roma

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